Dou minha vida... (Jo 10,11-18) - 21/04/2024

Dou minha vida... (Jo 10,11-18) - 21/04/2024

                No dia 3 de maio de 1998, o Papa João Paulo II ordenava 30 novos sacerdotes para a Diocese de Roma. Era o Domingo do Bom Pastor. Eis uma parte de sua homilia, apontando aos ordinandos o modelo do Pastor Jesus:

                “O Bom Pastor! Esta figura bíblica tem origem na observação e na experiência. Durante longo tempo, Israel foi um povo de pastores e a tradição da época dos patriarcas e das gerações sucessivas encontra correspondência nos textos do Antigo Testamento. O pastor, aquele que vigilante guarda o rebanho e o conduz às pastagens férteis, tornou-se a imagem do homem que guia e está à frente de uma nação, sempre solícito por aquilo que lhe diz respeito. Assim no Antigo Testamento é representado o pastor de Israel.

                Na Sua pregação, Jesus liga-se a esta imagem, mas introduz um elemento inteiramente novo: pastor é aquele que dá a vida pelas suas ovelhas (cf. Jo 10,11-18). Ele atribui esta característica ao bom pastor, distinguindo-o de quem, ao contrário, é mercenário e, portanto, não cuida do próprio rebanho. Antes, apresenta-Se a Si mesmo como o protótipo do bom pastor, capaz de dar a vida pelo seu rebanho. O Pai enviou-O ao mundo para que fosse o pastor não só de Israel, mas da humanidade inteira.

                É de modo especial na Eucaristia que se torna sacramentalmente presente a obra do Bom Pastor, o qual, depois de ter anunciado a «boa nova» do Reino, ofereceu em sacrifício a própria vida pelas ovelhas. A Eucaristia é, de fato, o sacramento da morte e ressurreição do Senhor, do Seu supremo ato redentor. É o sacramento em que o Bom Pastor torna constantemente presente o Seu amor oblativo por todos os homens.”

                Nas palavras do Papa, fica bem evidente o princípio de que todo pastoreio envolve uma cota de sacrifício e doação de si mesmo. Trata-se de orientar toda a vida para o bem de seu rebanho. É o caso dos pais que fazem de sua vida um permanente sacrifício pelo bem dos filhos. É o caso dos professores que vivem em função de seus alunos. Ou dos médicos que arriscam a vida por seus pacientes.

                Ao contrário, os cônjuges que se negam ao sacrifício terão dificuldade em se manterem fiel às promessas do matrimônio. Igualmente não terão disposição para gerar filhos e educá-los no bem.

                Em cada Eucaristia, os fiéis são colocados novamente diante da Vítima do Calvário, que dá a vida por seu rebanho. Inspirados neste exemplo, serão capazes de elevar adiante a sua missão e a cota de sofrimento que ela envolve necessariamente.

Orai sem cessar: “Nós devemos dar a vida pelos irmãos.” (1Jo 3,16)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança
Foto: Pixabay

 

 

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