Isso nos basta... (Jo 14,7-14) - 27/04/2024

Isso nos basta... (Jo 14,7-14) - 27/04/2024

                O coração humano é realmente um poço sem fundo. Ao longo de seu itinerário na terra, o homem procura preencher o íntimo vazio. Há quem veja no dinheiro o pão para matar sua fome. Muitos o procuram no poder. Outros no prazer. Outros, ainda, em trabalhos e atividades.

                Naturalmente, será apenas questão de tempo a decepção, pois a sede humana é muito mais profunda. Por isso mesmo, neste Evangelho, chega a ser comovente a declaração do apóstolo Filipe: “Senhor, mostra-nos o Pai e isso nos basta!”

                Esta percepção está base das grandes conversões. Desde Agostinho de Hipona até Charles de Foucauld, desde Théodore Ratisbonne até Edith Stein, suas vidas foram catapultadas com a iluminação esmagadora de que somente um mergulho em Deus poderia dar sentido pleno às suas vidas.

                A mística espanhola resumiria tudo em uma única frase: “Solo Dios basta”... Em seu breve poema, Teresa de Ávila canta:

                “Nada te turbe,

nada te espante,

todo se passa,

Dios no se muda,

la paciencia todo alcanza;

quien a Dios tiene nada le falta,

solo Dios basta.”

 

Os outros atalhos decepcionam exatamente por seu lado efêmero, sua falta de estabilidade. O dinheiro se desvaloriza, o amado trai, o poder escorre pelos vãos dos dedos, um técnico mais atualizado toma nosso emprego. Tudo aquilo que parecia confiável revela-se um castelo de cartas ao inexorável sopro do tempo.

                Filipe e Tiago, ainda na madrugada do cristianismo, intuíram a verdade fundamental para a criatura humana: sua relação com o Criador. Os apóstolos passaram a ansiar pela visão que percebiam em seu Mestre: a luminosa Face do Pai.

                Ligue a TV. Veja suas ofertas. De que falam elas? Dinheiro e poder, sucesso e prazer. Desligue a TV. Dobre seus joelhos. O Pai está ao seu alcance.

 

Orai sem cessar: “Senhor, tua bondade dura para sempre...” (Sl 138,8)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
F/ Pixabay

 

 

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