O Paráclito vos ensinará... (Jo 14,21-26) - 29/04/2024

O Paráclito vos ensinará... (Jo 14,21-26) - 29/04/2024

                Esta foi uma das promessas de Jesus antes de sua Paixão e morte no Calvário. Perante o grupo mais próximo de seus seguidores, tristes e acabrunhados com a despedida do Mestre (“apenas por um pouco ainda estou convosco” – Jo. 13.33), ele procura consolar os discípulos. De fato, é costume traduzir por “Consolador” a palavra “Paráclito”, que entre os gregos podia designar um acompanhante, que fica ao lado da pessoa, ou mesmo o advogado de defesa nos tribunais.

                O Novo Testamento deixa entender a existência de “dois” Paráclitos, sendo um deles o próprio Jesus, que diz: “Eu rogarei ao Pai e ele vos dará um OUTRO Paráclito, para que fique eternamente convosco” (Jo 14,16). Se deve haver uma separação física com a Ascensão de Jesus e sua volta ao Pai, já o segundo Consolador será uma presença constante na vida da Igreja. Esta presença – consoladora e animadora – é palpável nas páginas dos Atos dos Apóstolos (cf. At 2,4.33; 4,8.31; 5,32; 6,10; 7,55; 8,17.29.39; 9,31 etc.).

                A Igreja canta um hino composto no Século IX, conhecido como “Veni, Creator”; na verdade, é uma invocação ao Espírito Santo. Na segunda estrofe, em latim, canta-se: “Qui diceris Paraclitus...” Ou seja, “Tu, que és chamado de Paráclito”. Conclui-se que tal título era “habitual” na liturgia católica. E, de fato, o Espírito Santo é acima de tudo uma “presença”, invocada entre nós no início de qualquer reunião ou celebração.

                Nas palavras de Frei Raniero Cantalamessa, “o nome e conceito de Paráclito, aplicado ao Espírito Santo, não é afinal de contas tão estranho e peregrino. É, isto sim, a resultante de toda uma linha de pensamento bíblico. No Antigo Testamento, Deus é o grande consolador de seu povo, aquele que proclama: ‘Eu sou o teu consolador’, ao pé da letra, no texto dos Setenta: ‘o teu Paráclito’ (Is 51,12), aquele que ‘consola como uma mãe’ (Is 66,13)”.

                “Esta consolação – prossegue Frei Cantalamessa – ou este ‘Deus da consolação’ (Rm 15,5), se encarnou em Jesus Cristo, que se define, com efeito, como o primeiro Consolador ou Paráclito (cf. Jo 14,15). Sendo nisto, como em qualquer outro âmbito, aquele que continua a obra de Cristo e leva a bom termo as obras comuns da Trindade, o Espírito Santo não podia não ser definido, Ele também, como o Consolador, o ‘outro Consolador’, como o chama precisamente Jesus.”

                O teólogo francês René Laurentin publicou um livro intitulado “O Espírito Santo, esse desconhecido”. Parece mesmo que o Paráclito tenha ficado na sombra por algum tempo, mas o Concílio Vaticano II se incumbiu de ressaltar sua ação na vida da Igreja e do mundo.

Orai sem cessar: “Se enviais o vosso Espírito, renovais a face da terra!” (Sl 103,30)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

 

 

Este website utiliza cookies para oferecer uma melhor experiência de navegação. Ao utilizar este website, você concorda com o uso de cookies, conforme descrito na nossa Política de Cookies. Você também poderá alterar suas preferências a qualquer momento através a nossa ferramenta de Preferência de Cookies. Para informações de como tratamos seus dados pessoais, consulte a nossa Política de Privacidade.
Não aceito