[Preparar o ambiente: uma bíblia aberta, algo que lembre o XV Capítulo Geral, imagem do Servo de Deus Pe. Júlio Maria De Lombaerde, Diretrizes SDN, Cartaz ou material do Mês da Bíblia 2024.
O mês de setembro nos remete à Palavra de Deus que é um sinal da presença terna e amorosa de Deus que faz história com o seu povo. Não é sem motivo que cantamos: “A vossa Palavra, Senhor, é sinal de interesse por nós”. Deus, de diferentes modos e nas mais variadas situações, guia o seu povo com elevada ternura. Mesmo quando o povo se rebela, endurece a cabeça e o coração, Deus se faz próximo, solícito e companheiro. Isso pode ser notado também no período do Exílio da Babilônia. O povo tinha a impressão de estar abandonado e longe de Deus. As instituições às quais imaginam sustentar a presença de Deus haviam desmoronado: não tinha a Terra, não tinham o Templo, não tinham rei, nem mesmo o culto. No Exílio, só restou a profecia. Deus mantém viva a profecia no cativeiro e por meio dela resgata a esperança do povo. Deus está onde está seu povo, sua ternura acompanha o povo em todas as situações.
O tema do Mês da Bíblia deste ano: “Porei em vós o meu espírito e vivereis” (Ez 37,14) nos remete à ternura, ao cuidado de Deus que tira o seu povo dos túmulos e lhe devolve a esperança de voltar para a Terra Prometida. Deus coloca suas palavras na boca de Ezequiel e na medida em que ele as pronuncia, vai acontecendo o que é dito. A profecia revela o amor de Deus que se faz presente no meio do povo.
A visão dos ossos ressequidos (Ez 37, 1-14) indica a situação de sofrimento, abandono e desesperança do povo no Exílio. A sensação era de morte, de impotência, de um destino sem volta. Um povo condenado à escravidão num país estrangeiro, algo semelhante à escravidão no Egito (cf. Ex 1,14). A luta de Ezequiel é contra a situação de desespero e de falta de esperança no meio do povo exilado. Ele é chamado a ser o profeta da esperança, instrumento da ação de Deus no meio do povo. Na visão, Deus o conduz, guia suas palavras e, na medida em que profetiza, vai-se realizando aquilo que é dito. A Palavra de Deus é uma Palavra Viva, que tem força de transformação. Ela se torna eficaz pela boca do profeta (cf. Is 55,10-11). Deus fala por meio de seu escolhido: “Eu digo e faço” (Ez 37,14). Deus age por meio do profeta, sua ternura se manifesta num ato libertador: “Porei em vós o meu espírito e vivereis” (Ez 37,14).
4.1. Deus dirige sua Palavra ao Profeta. Esta Palavra lhe comunica o espírito que o faz ficar de pé. Ele, como simples “criatura humana”, frágil, é incapaz de compreender os desígnios de Deus por si mesmo. Necessita da força e da presença e da ternura de Deus para realizar a missão que lhe foi confiada. Somente quem se alimenta da Palavra tem como desenvolver a missão confiada por Deus.
Ezequiel 2,1–3,5. Tempo novo, novas atitudes
4.2. A Palavra de Deus é uma Palavra Viva, que tem força de transformação. Ela se torna eficaz pela boca do profeta (cf. Is 55,10-11). Deus fala por meio de seu escolhido: “Eu digo e faço” (Ez 37,14). É missão do profeta animar o povo, não deixar que o povo fique acomodado diante do sofrimento e da opressão. A visão quer destacar que, quanto se escuta Deus, tudo pode se transformar. Escutar a Deus é o caminho para a vida nova. Uma nova Criação, e assim como no Gênesis: Deus diz e o que Ele diz é feito (cf. Gn 1,1-19). Este é o jeito terno de Deus se fazer presente e resgatar a vida de seu povo.
Ezequiel 37,1-14. Chamados à profecia
“A vocação missionária de nossa Congregação se expressa no empenho da evangelização de todas as pessoas, especialmente das mais necessitadas, e no esforço de fazer o evangelho penetrar as estruturas e culturas, fontes inspiradoras dos modelos de vida social, política e econômica. Para isso a Congregação desempenhará sua missão através do anúncio de Jesus e seu Reino, da formação e organização de comunidades missionárias, do testemunho da vida evangélica no meio do povo, do trabalho permanente de animação missionária, através de todos os meios ao seu alcance” (Const. 05).
“Delicadeza e doçura no relacionamento com os meus confrades. Considerá-los todos como acima de mim.” “Ser humilde é antes de tudo ter bom senso e ver as coisas como são na realidade.”
Nem todos entendem a ternura de Deus. Deus é pai e mãe. O Papa Francisco sempre diz que a ternura da mãe é revelada na face de Deus, a ternura é uma carícia de Deus. Somos convidados a participar da revolução da ternura nos expressando em nosso dia a dia, acreditando, convidando encorajando, tentando. Viver na revolução da ternura. Quando vejo os enfermos e idosos, me vem uma vontade de carícia impressionante. A misericórdia de Deus e ternura são iguais. A misericórdia e a ternura se parecem, se relacionam com o amor de Deus. Se você não sente que Deus te ama com ternura, algo lhe falta, a compreensão. A misericórdia e a ternura nos são dadas como uma graça e crescem com nosso amor a Deus. O maior consolo do ser humano é a ternura de Deus. O Papa Francisco nos chama para a revolução da ternura como uma pastoral de grandes intuições vindas da oração. A revolução da ternura nasce no ano Jubilar da Misericórdia. Devemos escutar os gritos de nossa casa comum com a terra ferida e enferma. A ternura não é debilidade e sim fortaleza, não é renunciar à força da verdade e da justiça. A ternura é para os homens e mulheres mais valentes e fortes. Nosso desafio é fazer essa mensagem chegar ao interior das famílias como um caminho de autêntica conversão familiar, chegar na preparação dos noivos, no acompanhar os recém-casados, nas crises dos casais mais maduros. A ternura também tem que chegar às pessoas que tem declarada a nulidade do matrimonio, no sofrimento dos filhos dos divórcios. A família é o local onde aprendemos a fazer boas coisas, é o dialeto da família. Jesus, filho de José e Maria, teve a experiência da família. Jesus é a fonte da evangelização. A ternura não é uma tendência, mas uma necessidade para se aproximar de Deus. Ternura, proximidade, abraço, não é a rapidez, pois a rapidez é da cultura do descartável. A espiritualidade do descartável e do deus do dinheiro não nos leva a nada. Papa Francisco nos chama para abrir as portas de nosso coração para ternura. (Adaptado da conferência do Cardeal Óscar R. Maradiaga, no Encontro Mundial das Famílias 2018, por Cristiane e Brito).