Ternura, o estilo de Deus

EQUIPE DE ESPIRITUALIDADE SACRAMENTINA - RETIRO DE OUTUBRO – 2014

 "A verdadeira fé no Filho de Deus feito carne é inseparável do dom de si mesmo,
da pertença à comunidade, do serviço, da reconciliação com a carne dos outros.
O Filho de Deus, em sua encarnação, convidou-nos à revolução da ternura.” (EG 88)

 

Preparar o ambiente com a Palavra de Deus, ladeada por uma vela acesa e a imagem de Nossa Senhora do Smo. Sacramento, algo que lembre o mês missionário e a nossa missão sacramentina frente às necessidades do nosso povo.

 

1. Acolhida: Motivar a acolhida com o cumprimento fraterno entre os presentes: Oração de Laudes, (sem correria), em comunhão com toda a Igreja que vive este momento da segunda etapa do Sínodo em Roma. E Diante da intenção missionária do mês: “Todos os cristãos são responsáveis pela missão da Igreja”.

2. Motivação do retiro: A ternura infinita do Senhor

Cada ser humano é objeto da ternura infinita do Senhor, e o próprio Senhor habita na sua vida. Jesus Cristo ofereceu o seu precioso sangue na cruz por essa pessoa. Independentemente de sua aparência, cada um é imensamente sagrado e merece o nosso carinho, nossa dedicação. Por isso, se consigo ajudar uma só pessoa a viver melhor, isso já justifica o dom da minha vida. É maravilhoso ser povo fiel de Deus. E alcançamos plenitude quando derrubamos os muros e enchemos o nosso coração de rostos e de nomes! (EG 274)

Maria soube reconhecer os “vestígios” do espírito de Deus tanto nos grandes acontecimentos como naqueles que parecem imperceptíveis. Foi contemplativa do mistério de Deus no mundo, na história e na vida cotidiana de cada um e de todos. [...] Essa dinâmica de justiça e ternura, de contemplar e caminhar na direção dos outros, é que faz de Maria um modelo eclesial para a evangelização.

A ternura não é fraqueza; é fortaleza. É o caminho da solidariedade, da humildade. Permita-me dizê-lo claramente: quanto mais poderoso és, quanto mais repercutem tuas ações nas pessoas, mais és chamado a ser humilde. Pois, caso contrário, o poder te destrói, e destruirás os outros.

Temos a coragem de acolher com ternura as situações difíceis e os problemas de quem vive ao nosso lado, nosso irmão de comunidade, ou preferimos as soluções impessoais, talvez eficazes, mas destituídas do calor do Evangelho? Quão grande é a necessidade de ternura que o mundo de hoje tem! Paciência de Deus, proximidade de Deus, ternura de Deus.

Um coração fechado, teimoso, pagão não deixa que o Espírito entre, e considera-se autossuficiente. A ternura indica precisamente o nosso modo de acolher hoje a misericórdia divina. se Deus é ternura infinita, também o homem, criado à sua imagem, é capaz de ternura. Então a ternura, longe de ser apenas um sentimentalismo, é o primeiro passo para superar o fechamento em si mesmo, para sair do egocentrismo que deturpa a liberdade humana.

(FRANCISCO. Ternura, o estilo de Deus. Petrópolis: Vozes, 2024).

  1. Nosso retiro mensal, mais do que uma exigência de nossas Constituições, é um espaço privilegiado de retomada do nosso ser e agir missionários. É uma oportunidade de encontro com o Senhor à luz de Sua Palavra. É como nos recolhermos para um banho nas águas de Deus. Depois de um banho saímos refeitos, mais bem-humorados, mais serenos, até mais bonitos e cheirosos. Na oração experimentamos a ternura de Deus que nos leva a entender que o amor é o sentido da vida. Compreendemos assim que a raiz de nossa liberdade nunca é autorreferencial. E assim nos sentimos chamados a derramar no mundo o amor recebido do Senhor, a decliná-lo na Igreja, na família, na sociedade, a conjugá-lo no serviço e na doação. Tudo isso não por dever, mas por amor, por amor àquele por quem somos ternamente amados.
  2. Nosso encontro com a Palavra de Deus:

Já que a missão nasce da contemplação, deixamos como sugestão fazer a leitura orante da Palavra de Deus seguindo seus quatro passos: ler (O que o texto diz em si), meditar, (O que o texto diz para nós), rezar (O que o texto me faz dizer a Deus) e contemplar (O que texto inspira para transformar a vida).

 

  1. A) Vocês estão no meu coração.

A oração de Paulo revela o seu afeto, a sua ternura pela comunidade. Ele vê o empenho da comunidade na ação missionária, na “defesa e confirmação do Evangelho”. A missão é causa de alegria, de louvor a Deus e a vivência do amor, a ternura, conduz à prática da justiça.

Chave de leitura I: Filipenses 1,3-11

  1. O que leva Paulo a bendizer e a rezar pela comunidade?
  2. De que modo Paulo expressa a sua ternura pela comunidade?
  3. Como cultivamos a ternura em nossas comunidades religiosas?
  4. O que este texto tem a dizer para nós Sacramentinos neste momento eclesial em que vivemos?

 

  1. B) Escondestes aos sábios e as revelastes aos pequeninos.

Por meio de suas palavras e ações Jesus revela a vontade do Pai. Os sábios e inteligentes não são capazes de compreender a chegada do Reino. Os pobres, pequenos e desfavorecidos é que compreendem algo novo realizando-se em seu meio. Tudo isso pela presença e ação de Jesus cujo fardo é leve e suave.

 

Chave de Leitura II: Mateus 11,25-30

  1. O que leva Jesus a bendizer o Pai?
  2. Que convite Jesus faz e o que Ele promete?
  3. Temos sentido a missão a nós confiada como um fardo leve ou pesado?
  4. O que este texto tem a dizer para nossa forma de presença missionária, hoje?

 

  1. NOSSAS CONSTITUIÇÕES:

5.1. “As fontes em que nossa Congregação deseja inspirar-se: a vida evangélica de Jesus e dos apóstolos; a inspiração missionária do Pe. Júlio Maria, haurida na contemplação do mistério da Eucaristia e de Maria e na fidelidade à Igreja; as necessidades reais do povo, que exigem uma permanente renovação da Congregação, dentro da fidelidade ao ‘patrimônio’”. (Cf CDC 631, § 1 e CDC 578.) (Const. 8).

5.2. “Como Missionários Sacramentinos, sentimo-nos devedores do Evangelho a todos os homens, mas é especialmente aos pobres que somos enviados a evangelizar.” (Const. 79).

 

  1. PALAVRA DO FUNDADOR: Servo de Deus, Pe. Júlio Maria De Lombaerde

“O que mais chama a nossa atenção, ao chegar às estações, é o grande número de pobres e miseráveis que de nós se acercam e nos estendem a mão. (...) Alguns proprietários ricos exploram vantajosamente as vastas terras das planícies, ao passo que os trabalhadores em grande número a serviço deles, ganham a vida a duras penas, sem poderem ter a certeza de garantia para o futuro.” (DM 2ªEd. 2018, pág. 133).

 

  1. PARA APROFUNDAR: Palavra do Papa Francisco

O Senhor corrige com Ternura.

De que maneira o Senhor consola? Com ternura. De que maneira o Senhor corrige? Com ternura. De que maneira o Senhor pune? Com ternura. Você imagina estar no coração do Senhor depois de ter pecado? O Senhor conduz, guia o seu povo, corrige; e corrige com ternura. Não se trata de uma atitude didática ou diplomática de Deus. É algo que lhe vem de dentro. Ele sente alegria quando um pecador se aproxima. E essa alegria o torna afável. (Homilia, 10 de dezembro de 2019 - Casa Santa Marta In: FRANCISCO. Ternura, o estilo de Deus. Petrópolis: Vozes, 2024).

 

 

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