Vocação e Ternura

[Preparar o ambiente destacando o tema do retiro dentro do cenário:
Bíblia, Imagem de Nossa Senhora do Santíssimo. Sacramento, Pe. Júlio Maria De Lombaerde, vela acesa, etc]

01. ACOLHIDA: Oração inicial e Laudes
02. MOTIVANDO A ORAÇÃO: para uma manhã proveitosa de retiro é importante criar a mística que envolve a oração e formar interiormente uma disposição interior (corporal, mental, afetiva e espiritual) de abertura e de receptividade para o seu encontro pessoal com Deus. Supõe silêncio interior e exterior.

Faça como Maria: “Faça-se em mim segundo a tua Palavra” (Lc 1,38). É importante, como Maria, cultivar uma atitude de disponibilidade, de docilidade, de generosidade e de obediência, no encontro com Deus. A oração consiste em viver uma experiência de encontro e de amor que transcende e compromete a pessoa consigo mesma, com o próximo e com Deus.

03. SITUANDO O TEMA: em nosso retiro hoje, vamos rezar VOCAÇÃO E TERNURA.

3.1 – A TERNURA DA IGREJA COMO “PERFEIÇÃO DO AMOR”:

“E a ternura da Igreja se apresenta, a este ponto, como expressão atualizada da “Perfeição do amor” à qual os batizados são chamados, do mesmo modo em que “a perfeição do amor” representa o “caminho” da plena realização da vocação à ternura. O termo “perfeição deve ser compreendido em sentido Paulino...

O estado de “perfeição” corresponde à condição de maturidade à qual cada batizado deve tender, se não quer permanecer em uma condição infantil. Este estado de perfeição não constitui um dado de estatismo ou de imobilismo. Ao contrário, exige uma tensão permanente para uma perfeição sempre maior, como explica Paulo, referindo-se a si mesmo. Embora, colocando-se entre “os perfeitos” (Fl 3,15), com efeito, ele mesmo reconhece não ter “se tornado perfeito” (teteléiomai) ou, como talvez é melhor traduzir, de ter chegado ao termo de perfeição. 

3.2 – A CARIDADE “VÍNCULO DA PERFEIÇÃO”:

“Os exemplos mostrados indicam como a “perfeição” é, ao mesmo tempo, um dom teologal e uma meta a alcançar. Os coríntios ainda são “crianças” porque entre eles existem “ciúmes e brigas” e sua conduta é guiada mais pela condição “carnal” que por aquela “espiritual” (1 Cor 3,3), desconhecendo a sabedoria da cruz pregada por Paulo (2,1-15), embora sendo batizados, de não ter feito próprio o “pensamento de Cristo” (2,16).

Na raiz de tudo, das divisões e facções partidárias (1,12-13; 3,4), dos egoísmos na própria reunião eucarística (11,17-34) e da procura indecorosa dos dons superiores e mais pomposos (12,1; 13,10-11), se encontra um vazio fundamental: o vazio da caridade, sem a qual nada mais importa, nada mais tem valor. Este é o ponto crítico, o coração de tudo.

Também na Carta aos Efésios a “perfeição” é descrita como um itinerário de amadurecimento em Cristo, obra de sua graça, para não ser mais como crianças instáveis, balançados por qualquer vento (4,13-14), mas capazes de “edificar a si mesmos na caridade” (4,15). Particularmente significativa, nesta ótica, é a tipologia que Cl 3,1-15 oferece da existência cristã (Rezar os textos abaixo): 

04. NOSSO ENCONTRO COM A PALAVRA DE DEUS:

a.  Cl 3,12-15 – Conselho de Paulo no exercício da vocação

“O autor convida os cristãos, qualificados como “amados de Deus, santos e diletos”, a conservar o hábito novo, revestindo-se de “sentimentos de misericórdia, de bondade, de humildade, de doçura, de paciência” (3,12-13). Um novo hábito que implica sentimentos que correspondam ao agir próprio de Jesus e o testemunham. Ele é o paradigma decisivo ao qual referir-se: “Como o Senhor vos perdoou, assim também fazei vós”. (Cf. Rocchetta, Carlo)

Revestir-se de misericórdia e ternura é condição para a escuta, o diálogo, a superação de barreiras, a edificação de uma nova cultura em que a solidariedade se sobreponha à indiferença, e a fraternidade, ao distanciamento. 

b.  Rm 12, 9-21 – que o amor seja sincero e carregado de ternura

Ao vivenciar a nossa vocação, precisamos deixar-nos transformar por Deus para que sejamos capazes de olhar para os outros, e para o mundo com os olhos dele e, sobretudo, sentir suas alegrias e esperanças, angústias e dores com entranhas de misericórdia. 

c.  Fl 2,1-18 – Fidelidade criativa na vocação.

Paulo convida a comunidade para que evite as divisões causadas pelo espírito de competição, pelo desejo de ser elogiado e pela busca dos próprios interesses. A comunidade deve cultivar a harmonia interna. Isto requer humildade e simplicidade. Em tudo cada pessoa tenha em vista o bem comum.

Paulo apresenta Jesus Cristo como modelo de humildade e simplicidade na vivência vocacional. Assume a condição humana para cumprir a vontade do Pai e se coloca a serviço da humanidade. Jesus serviu até o fim, até a morte de Cruz. A exemplo de Jesus devemos viver nossa vocação: com humildade, simplicidade, fraternidade e disponibilidade em servir e amar com ternura.

Devemos retomar nossa vivência vocacional numa profunda renovação interior, bem como, mudanças externas, por exemplo, no estilo de vida pessoal e comunitário, para viver e testemunhar os valores do Reino, mediante uma vida despojada e simples.

Para rezar e tomar uma atitude de ternura: reze sua vocação e perceba, que aspectos exigem mudança, maior criatividade e vitalidade espiritual para acontecer a ternura no anúncio do Reino. 

05. ENCONTRO COM AS NOSSAS CONSTITUIÇÕES:

  1. 45: A fraternidade evangélica, assumida como exigência de nossa Vida Religiosa e de nossa missão apostólica, deve ser expressão do amor que Deus tem para conosco. Nossos relacionamentos sejam impregnados de simplicidade, de acolhimento, de delicadeza, de abertura, de respeito, de estima, de perdão, de ajuda, de amizade, de valorização de cada irmão em sua diversidade de dons, para a edificação de um mesmo corpo. (Cf. 1 Cor 12)
  2. 46: O testemunho da fraternidade é essencial para a eficácia da missão. Quanto mais o amor fraterno foi vivido entre nós, mais fecundo será o ardor missionário e nossas comunidades serão lugar de apelo vocacional. 

Em sua oração pessoal: ler e reler estes números bem conhecidos. A vida Comunitária na VRC é chamada a ser uma plataforma que nos treina e envia em missão. Deveria ser um laboratório que nos faz religiosos ternos para sermos cheios de TERNURA na nossa vivência vocacional. O que considerar em nossas comunidades? E o que melhorar? 

06. ESPÍRITO DE TERNURA NA VOCAÇÃO:

Para pensar: O Espírito de Ternura não paralisa, não enfraquece; ele é o avesso da paralisia, da covardia, do medo. Ela faz resistir ao malvado, para o risco, para a aposta... para a vida.

“O evangelho da caridade sem a ternura seria esvaziado do dinamismo afetivo, humano e humanizante, de simpatia e de empatia, que lhe é próprio”, do mesmo modo que a ternura sem a caridade seria esvaziada de seu sentido evangélico.

07. CONCLUIR com a partilha e a ORAÇÃO VOCACIONAL SACRAMENTINA

F/ Pixabay

 

 

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